Traz em si o cansaço dos sonhos e da realidade do dia.
Despe todas as roupas como quem se despe e despede de outra pessoa, de quem se mascarou todas as horas.
Despe o sorriso postiço, deixa no cabide o fardo que carrega, e tira as lentes da cor da sociedade...
A água de rosas leva um resto de maquilhagem deixando o aroma real aos espinhos que ela sente.
Os seus olhos cruzam-se com os do outro lado do espelho antes de entrar na banheira.
É nesse instante em que a água tépida lhe humedece os cabelos, a pele e qualquer resto de alma, que ela se sente enfim Ela..
É debaixo daquele chuveiro que ela encontra o calor e o aconchego da água que abraça. Que conforta.
Despida de tudo, vestida de nada.
É aquela água que lhe limpa o corpo, que lhe leva as células mortas e atenua as mágoas.
As lágrimas do chuveiro confundem-se com as águas dos olhos, percorrem o corpo, misturam-se, e ambas terminam no chão.
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