A memória atraiçoa-me porque penso muitas vezes nela, e sinto-a sempre perto.
Cheguei, abracei-a. E foi como se tivesse sido ontem realmente.
Perguntei como estava. Como estavam todos.
E a Ró?
"Vai-se aguentando. Agora enquanto ele não for embora, é uma fase muito difícil."
Foi assim que me puxou o tapete. Que a vida me puxou o tapete novamente.
Sabes o preço das telhas?
Eu não. Nunca comecei uma casa do inicío. Muito menos um lar. Nunca estive perto do telhado tão pouco.
A minha casa? Mandei as telhas pelo ar. Mando, ainda mando, pelo menos de todas as vezes que aqui escrevo.
Não tenho telhas de momento que possam esconder o que me dói por te saber a sofrer.
O quanto eu queria que a vida fosse mais generosa contigo Ró. Sabes? Sabes o quanto?
As telhas partem-se em todos estes momentos que vejo a tua vida escangalhar-se.
Cada vez que todos aqueles que eu adoro, fazem a vida em pedaços.
Espero que a vida te permita construíres um outro castelo, com telhados de vidro.
Que te permitam aproveitar cada raio de sol, e que todos os dias tenhas luz na tua vida.
Que em dias de chuva, as gotas apenas escorram pelos telhados... E que possas apreciar a beleza delas. Há dias de chuva com o seu encanto.
Depois do que as telhas encobrem, elas deviam ser muito mais caras, sabiam?
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