quinta-feira, julho 11, 2013

Chuva...

Tenho para mim que quando elas "apenas" caem, não conta.
É como a chuva que cai do céu, silenciosamente... Especialmente aquela morrinha, que quase somos incapazes de dizer que está a chover, porque na verdade quase nem conseguimos chamar-lhe chuva.
Apenas conta quando é daquela que bate no chão com força, aquela que cai lá fora e ouvimos da cama...
Aquela que vem acompanhada de trovoada aos soluços... E até mesmo aquela que é tão gelada que se transforma em pedras de gelo.
Também não podemos dizer que conta quando uma torneira pinga...
Ninguém enche um copo às pingas... Nem os meios cheios.
Por isso atrevo-me a dizer que estas gotas salgadas não contam... Porque não são acompanhadas de trovoadas de emoções, nem sequer tem pedras que precisem cair... 
Não fazem barulho.
Donde elas vem há silencio e não ha luz... E elas permanecem assim.
Apenas caem. 
Caem delineando rostos, deixam o seu rasto... Escrevem pelo meu rosto, e chegam às minhas mãos... Mas nada me dizem, porque descem para o vazio... Tao vazio como o sítio de onde vieram.
Podia chamar-lhe orvalho mas... Os meus olhos não são nuvens e nem os meus pés lá andam.


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