segunda-feira, setembro 23, 2013

Devaneios

As insónias são sempre sinónimo de inquietação dizem os entendidos, ou dizem-se eles entendidos... Hoje poderei dizer o mesmo também.
Insónia é um desassossego, na alma... No coração. E se eu tiver algum dos dois, creio que algo me atormenta ambos, simultaneamente.
Conto as horas...
Ouço o tic-tac estridente do relógio e da máquina infernal que bate dentro de mim descompassadamente.
Adormeço.
Acordo com cães a ferrarem-me as entranhas, ou pelo menos sinto-os como tal... Com o rosto a queimar. No meu pesadelo ardi em chamas, mas são gotas salgadas que me queimam agora.
Agarro o ventre em posição fetal e volto a adormecer.
O despertador toca.
O corpo move-se quase de forma mecânica mas todos os pensamentos continuam a dormir. 
Todos os sentimentos hibernaram...
Trabalho a um ritmo que eu própria desconheço, movida pelo conhecimento já alienado do que faço, porque se me perguntam o que fiz hoje, já esqueci.
Volto a casa onde me reencontro com a alma que deixei na cama... Deito-me na esperança que ela se volte a unir com o meu corpo.

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