domingo, janeiro 19, 2014

Pieces of me.

Hoje resolvi escrever-te para te lembrar que és um pedaço de mim... Um pedaço quebrado, mas ainda assim enorme. Ainda assim meu, para sempre meu. Somos um do outro.
Tento colar-te a mim, encaixar-te na minha vida da melhor maneira que sei, sempre. Mas, uma peça quebrada, ainda que colada, nunca mais é uma peça, são duas. E tu já não és só duas peças... Já partiste tantas vezes... Lembras-te quantas? Eu não, mas sei que uma das vezes fui eu que te quebrei. E tu quebrado e partido, por fora e por dentro, foste embora.
Tenho remorsos. Muitos. Por isso escrevo-te.
Escrevo porque entre ânsias e insónias, sei que és um dos meus desassossegos. Dos meus pesos nas costas, no coração e na consciência.
Pergunto-me se algum dia me perdoarei por te ter quebrado. Se me perdoas. 
Perdoas, não perdoas? 
Quebra-me lembrar que te quebras um pouco mais todos os dias... 
Estás feito em pedaços. E há peças que já não encaixam... No fim de contas, tudo se deteriora com o tempo, e os anos também passam para ti. 
Gostava que estivesses num sítio mais digno de ti, onde pudesses envelhecer em conforto... 
Onde o teu estado de conservação interior e exterior fosse preservado... 
Gostava de poder cuidar de ti. Todos os dias. 
Mas não posso... 
Nunca me esqueço de ti. Não me esqueço da cola que nos une, nós, pedaços um do outro, partidos, feitos em pedaços, despedaçados, mas pedaços iguais.
Perdoa por te ter obrigado a partir, mas não esqueças que no "museu" do meu coração, serás sempre dos Pedaços mais valiosos. És o maior "P" da minha vida, P.

Patrícia. 

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